Antimatéria já é algo que conhecemos bem no nível microscópico, mas por que não existem corpos macroscópicos de antimatéria? Ou será que existem? Um artigo publicado no final de Abril de 2021, buscou sinais de anti-estrelas nas proximidades do Sistema Solar e encontrou 14 possíveis candidatos. Com esta observação foi possível estimar que no máximo 2.5 estrelas em um milhão podem ser compostas de antimatéria. Segundo os autores do estudo, este limite é vinte vezes mais restritivo que os anteriormente disponíveis. O estudo conduzido por pesquisadores do Institut de Recherche en Astrophysique et Planétologie (IRAP) na França usou dados do telescópio espacial FermiLAT, que é especializado em detecção de radiação gama, sendo o mais sensível telescópio do tipo em órbita.
Antipartículas ao colidirem com suas partículas correspondentes emitem raios gama de frequências bem específicas, isto aconteceria em uma anti-estrela quando ela absorvesse matéria ordinária em sua superfície, gerando um sinal que poderia ser visto pelo FermiLAT. Mas como existem outros processos que também geram raios gama, não é possível afirmar de forma definitiva através deste método e por isto o estudo apenas elenca possíveis candidatos.
Atualmente, físicos e astrônomos assumem que existe pouquíssima antimatéria no universo. Além disso, nunca vimos um corpo macroscópico composto por antipartículas. Seria um choque enorme encontrar uma estrela de antimatéria e isto afetaria profundamente os modelos de cosmologia e física de partículas!
Saiba Mais:
[1] Dupourqué, S. et al. Constraints on the antistar fraction in the Solar System neighborhood from the 10-year Fermi Large Area Telescope gamma-ray source catalog. Phys. Rev. D 103, 083016
[2] Counting All the Antistars in the Sky. Physics 14, s50
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